quarta-feira, 21 de maio de 2008

Madrugada de Amor ( Conto Noir de Felipe Ferraz )



Era mais uma dessas noites que eu não tinha nada pra fazer, Resolvi sair pra dar uma volta pelas ruas imundas do centro da cidade. As vezes não consigo aguentar o hotel onde durmo, Tanto pelo quarto sujo ou por estar cansado de ficar olhando as paredes. Desci as escadarias na direção da portaria, Na rua um vento frio me açoitou a face. O vento era tão forte que tive que me curvar para acender meu cigarro, e desviar das folhas de jornal que voavam com as manchetes do Serial killer que anda assustando a cidade. Segui caminhando pelas ruas escuras e sem rumo, passei por vários bares, Alguns estavam lotados onde as pessoas tentavam se esquentar com algumas doses de bebida barata. Parei no bar " Noturnos " costuma ter alguns conhecidos e talvez alguém me pague algumas doses, já que eu só tenho alguns trocados no bolso da jaqueta de couro. Tem mais dinheiro nas minhas botas, Mas era pra usar só no caso de emergência. O bar era bem esfumaçado, Com um forte odor de cerveja. Na vitrola tocava " Miss you dos Rolling Stones " a todo volume, As pessoas pareciam felizes dançando e se divertindo. Fui até o balcão e pedi uma dose dupla de Whisky e uma cerveja... Tomei o whisky de um só gole e continuei tomando a cerveja em pequenos goles. Tudo começou a ficar estranho na minha volta, Era sinal do álcool agindo dentro de mim. Fiquei olhando os rostos das pessoas até perceber que uma linda mulher ruiva estava me observando. Ela levantou o copo de cerveja em sinal de aprovação, Fui até a mesa dela e a tirei para dançar. Nossos corpos estavam unidos pelo movimento. Senti que ela estava ficando ofegante sobre meu peito, Olhei ela nos olhos e nos beijamos sem uma única palavra. Assim que acabou a música ela disse:

- Me leva embora pra sua casa. Quero sentir teu corpo sobre o meu esta noite.

Então a levei para o hotel sujo. Chegando la Ofereci um pouco de vinho que tinha sobrado da noite anterior. Ele sentou no sofá com seu fiel cigarrinho e falou :

- Estou vestindo a minha nova lingerie sexy, um meio sutiã vermelho ( assim chamado porque empurra meus seios pra cima e deixa os mamilos descobertos ) uma liga com meias de seda vermelhas e uma calcinha vermelha de seda mais suave e macia do que todas que você já viu na vida.
Começou a dançar e tirar as roupas lentamente e ficou me olhando com desejo. Fui até seu encontro e a beijei, o gosto de sua boca era muito doce, quando estava ficando excitado senti duas apunhaladas em minha barriga, quando olhei para baixo vi muito sangue se espalhando rapidamente, foi quando caiu a ficha, aquela era o Serial Killer que estavam comentando nos jornais. Eu fiquei deitado no chão paralisado, então meu fim era naquele quarto de hotel, tantas coisas para pensar no fim da vida e só passava uma coisa pela minha cabeça : "Toque Aquela Musica". A última coisa que escutei dela foi :

- Essa Noite Você Vai Ser Meu Marido.

7 comentários:

Fran disse...
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Fran disse...

Nossa o conto é otimo Kiko!!
quando vc falou em assassina ,nao esperava que fosse a propria mulher!! bah! logo no bem bom!!!kkkkkkkk
Bjos

Eve disse...

Parabéns Fe! É uma ótima história.. solitária e sexy.

Parabéns Kiko... tá crescendo o blog...rs

Beijos!

Eve disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Andréa Lopes disse...
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Andréa Lopes disse...

Olá Felipe!
Conto bastante sedutor e com final, simplesmente, inesperado. Você expressa bem as cenas e consegue passar toda a sedução dos personagens (confesso que vou providenciar a compra do tal sutiã...rsrs...).
Parabéns querido!
Beijos,
Andréa Lopes Garcia

Geografia disse...

Muito bom meu velho! Se puder, dá uma passada no meu blog! http://obebado.wordpress.com/